quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Adventistas decidem: Pequenos Grupos são prioridade no evangelismo

Uma certeza ficou entre as dezenas de participantes da terceira edição do Fórum Administrativo de Pequenos Grupos da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul. A confirmação de que o trabalho através dos PGs, como são chamadas popularmente as reuniões nos lares, é a base de um crescimento sólido da própria denominação. Uma das palavras-chave do evento, que reuniu a liderança adventista em oito países na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, dia 6, sábado, foi ajustar.

O lema propositalmente intitulado “Ajustando o Foco” pedia uma discussão mais profunda sobre a necessidade de aperfeiçoar um projeto que já existe há anos e hoje conta com mais de 70 mil Pequenos Grupos no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Peru, Bolívia e Equador. O trabalho da Igreja Adventista em PGs consiste em que lares de adventistas e amigos interessados em conhecer mais sobre a Bíblia sejam abertos, semanalmente, para momentos de oração, pesquisa bíblica, relacionamento e incentivo mútuo à ação social e missionária.

O coordenador sul-americano desta frente missionária, pastor Jolivê Chaves, abriu o evento e destacou pontos fortes e fracos dos Pequenos Grupos na Igreja Adventista. Entre as vantagens enumeradas estão a possibilidade de quebrar barreiras com pessoas preconceituosas em relação a assuntos religiosos, desenvolver habilidades dos próprios membros adventistas e criar uma base de sustentação para congregações mais alinhadas com a missão evangelística de pregar o que a Bíblia diz constantemente. O trabalho hoje ainda tem pontos fracos, também, como a dificuldade de um envolvimento maior dos próprios adventistas e mesmo a transformação dos PGs em apenas mais um programa de igreja. Chaves ensina que o PG deve fazer parte do estilo de vida dos membros. No resgate histórico, apresentado pelo líder sul-americano, foi dito que, nos anos de 1870, início do adventismo organizado no mundo, o trabalho através de grupos menores e o conceito de se “plantar” igrejas sustentáveis e missionárias resultou em um crescimento sustentável de membros na ordem de 12% ao ano. Já dos anos de 1990 até 2000, com uma diminuição do esforço através dos PGs e o próprio “plantio” de igrejas, o crescimento adventista foi reduzido sensivelmente.

O líder geral sul-americano adventista, pastor Erton Köhler, explicou que a denominação evidentemente quer aumentar o número de batismos anualmente, mas que isso precisa ser consequência de um trabalho consciente e consistente através dos Pequenos Grupos. Ele desafiou os presidentes das 15 regiões administrativas da Igreja Adventista (chamadas de uniões) a se empenharem para corrigir problemas no desenvolvimento dos PGs em seus países e ouviu todas as sugestões e opiniões sobre como melhorar.

Retorno – Os debates ocuparam o tempo inteiro do sábado e todos puderam sugerir o que se pode fazer para tornar os Pequenos Grupos algo prático no cotidiano das pessoas. Pastores como Marlinton Lopes (Região Sul do Brasil) e Ivanaudo Barbosa (Região Nordeste do Brasil) pediram maior flexibilidade no trabalho de Pequenos Grupos, ou seja, que o projeto seja desenvolvido da maneira mais adaptada à realidade de cada lugar. O pastor Helder Róger, que preside a Igreja Adventista na Região Centro-Oeste do Brasil, destacou a necessidade de se criar lideranças fortes na base a fim de manter a filosofia dos PGs sempre presente nas congregações. O mesmo endossou o pastor Carlos Gill, líder dos adventistas na Argentina. Já o secretário da Igreja Adventista na Região Noroeste do Brasil, pastor Alijofran Brandão, acrescentou que é preciso incentivar a valorização dos pastores distritais e líderes locais que ajudam a desenvolver o trabalho em Pequenos Grupos. Quatro grupos forma formados, a discussão foi extensa e chegou-se a conclusões que foram sistematizadas no papel e serão apresentadas como propostas de voto no Concílio Quinquenal da Igreja Adventista na América do Sul que começa nesta segunda-feira, dia 8 de novembro, em Foz do Iguaçu/PR.

Simbolicamente, como forma de expressar a importância do comprometimento de todos com a causa, houve uma condecoração especial. Os líderes responsáveis pelo desenvolvimento dos PGs nas regiões brasileiras e países hispanos condecoraram com um broche administradores. Foi uma maneira diferente de mostrar que todos devem se preocupar com o assunto. A expectativa é que os Pequenos Grupos fiquem no peito e no coração de todos.

[Equipe ASN, Felipe Lemos]

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